Essas diferenças são cruciais para investidores e ocupantes ao analisarem oportunidades e desafios do setor imobiliário corporativo (CRE) nesses locais.
População e área de escritórios: relevância na análise do mercado
A relação entre a população e a área de escritórios disponíveis é um indicador vital para entender a oferta e a demanda nesse mercado. Cidades com grandes populações urbanas tendem a ter maior demanda por escritórios, mas a disponibilidade de espaços comerciais (em metros quadrados) também precisa acompanhar esse crescimento.
A discrepância entre esses fatores pode gerar desequilíbrios, resultando em áreas com excesso de oferta ou com falta de espaços adequados para acomodar negócios e empresas.
Vamos analisar a relação entre a população e a área de escritórios nas principais cidades da América do Sul, com base nos dados apresentados em nosso último MarketBeat Regional.
• São Paulo: o maior mercado corporativo
São Paulo, com 20,7 milhões de habitantes e uma área de escritórios de 2,94 milhões de metros quadrados, é o maior mercado de escritórios na América do Sul. A cidade se destaca por sua robusta economia e diversidade de empresas, que impulsionam a demanda por espaços corporativos.
A maior disponibilidade de área reflete a capacidade de atender à crescente demanda de multinacionais, grandes empresas e startups que procuram um local estratégico para seus negócios.
São Paulo é o principal polo de negócios da região, e isso se reflete diretamente em sua oferta imobiliária.
• Rio de Janeiro: uma oferta significativa
O Rio de Janeiro, com uma população de 11,8 milhões de habitantes e uma área de escritórios de 1,57 milhões de metros quadrados, também tem um mercado imobiliário corporativo expressivo.
Embora a cidade tenha uma área de escritórios menor do que São Paulo, o Rio ainda é um centro importante, especialmente em setores como petróleo, gás e turismo.
A presença de grandes empresas estatais e o crescimento do setor de serviços mantêm a demanda por escritórios, embora a oferta de novos empreendimentos esteja atenuada em relação a São Paulo.
• Bogotá: mercado em crescimento
Bogotá, com 8 milhões de habitantes e uma área de escritórios de 1,77 milhões de metros quadrados, revela um equilíbrio interessante entre a população e a oferta de escritórios.
A capital colombiana tem se destacado como um centro financeiro e tecnológico, atraindo empresas internacionais.
A quantidade de área disponível por habitante é alta em comparação a outras cidades, o que indica um mercado ainda em crescimento e com potencial para absorver novos negócios.
• Santiago: eficiência de espaço
Santiago, com uma população de 8,4 milhões de habitantes e uma área de escritórios de 1,75 milhões de metros quadrados, apresenta uma proporção similar à de Bogotá.
A capital chilena é um dos mercados mais eficientes da América do Sul, com uma economia estável e uma forte demanda por espaços corporativos, especialmente no setor financeiro.
Santiago possui uma área de escritórios adequada para o tamanho da sua população, mantendo um mercado equilibrado.
• Lima: demanda menor, mas em expansão
Lima, com 11,1 milhões de habitantes e uma área de escritórios de 1,4 milhões de metros quadrados, tem uma oferta relativamente pequena em comparação ao tamanho de sua população. Isso indica um mercado ainda em expansão, com potencial de crescimento nos próximos anos.
Lima está se tornando um centro regional importante, e a demanda por novos empreendimentos corporativos está em ascensão, à medida que mais empresas se estabelecem na cidade.
• Buenos Aires: complexidade de demanda
Buenos Aires, com 16,5 milhões de habitantes na área metropolitana e uma área de escritórios de 1,69 milhões de metros quadrados, enfrenta um cenário desafiador.
Apesar da grande população, a oferta de escritórios não é tão expansiva quanto em São Paulo, o que pode ser reflexo da economia argentina, que tem enfrentado altos e baixos. A instabilidade econômica impacta a demanda por novos espaços corporativos, tornando o mercado mais imprevisível.
Entendendo o potencial de cada mercado
A análise da população e da área de escritórios por cidade revela como cada mercado imobiliário sul-americano tem suas particularidades. Cidades com maior população e área de escritórios, como São Paulo, se destacam por serem polos regionais de negócios, enquanto outras, como Lima e Buenos Aires, enfrentam desafios para equilibrar oferta e demanda.
Esses dados são essenciais para investidores, desenvolvedores e ocupantes entenderem o potencial de cada mercado e as oportunidades de crescimento, seja para expansão de empresas ou novos projetos de desenvolvimento imobiliário.
A relação entre população e área de escritórios também indica o nível de saturação ou potencial de expansão do mercado, influenciando decisões estratégicas no setor CRE.
Além disso, essa relação deve ser somada a outros elementos e contextos que também influenciam diretamente o dinamismo do mercado imobiliário e que podem variar em cada região.
Confira os relatórios completos.